A teoria do Caos é uma teoria relativamente recente que descreve a complexa realidade em que vivemos. Antes desta teoria, o lado irregular, descontínuo e incerto da Natureza era ignorado. Tudo era simplificado pela geometria euclidiana que reduzia tudo a linhas e planos, círculos, quadrados, triângulos e seus sólidos correspondentes. No entanto, estas formas geométricas são apenas abstracções da realidade. Se repararmos na natureza que nos cerca, facilmente nos apercebemos que ela apresenta formas muito complexas. Na verdade, muitas vezes, comparar objectos da geometria euclidiana com a natureza não é mais do que fazer aproximações bastantes grosseiras da realidade. Como dizia Mandelbrot, “Dizer que as nuvens são esferas e montanhas são cones seria simplificar demais a natureza.” Por outro lado, anteriormente à teoria do Caos o
sistema do mundo era visto como uma “(...) intrincada máquina de relojoaria. Se soubéssemos o suficiente acerca da maneira como a máquina se ajusta, poderíamos em princípio dizer o que se iria passar desde agora até ao fim do mundo” (Stewart, 1996, p. 186). Pensava-se que era possível prever quase tudo desde que se possuíssem as regras e as equações certas. “O lado irregular da natureza, o seu lado descontínuo e errático constituíram sempre charadas ou, pior, monstruosidades para a ciência.”(Gleick, 1994, p. 26) e por isso eram desprezadas.
Com a ajuda dos computadores, derivado à sua grande capacidade de cálculo, homens persistentes como Mandelbrot e Lorenz, que enfrentaram diversas adversidades, fizeram tremer os pilares da ciência clássica fazendo emergir o Caos.
“O Caos tornou-se não só uma teoria como um método, não só um coro de crenças como um modo de fazer ciência. O Caos criou a sua própria técnica de usar os computadores”(Gleick, 1994, p. 65). Criando “(...) a sua própria linguagem que usa elegantemente termos como fractais e bifurcações, intermitências e periodicidades, difeomorfismos e mapas de intervalo” (Gleick, 1994, p. 27).
Para os investigadores do Caos, a matemática tornou-se numa ciência experimental, fortemente apoiada nas imagens gráficas fornecidas pelos computadores.
A revolução do Caos teve um caracter interdisciplinar, atravessou as fronteiras que separavam as diversas ciências, unificando-as.
O Caos veio ajudar a resolver vários problemas nos mais variados domínios como: a turbulência, a meteorologia, a economia, a química, a física, a dinâmica de populações etc. Mas veio ao mesmo tempo, levantar novos problemas, sobre fenómenos que tinham sido postos de parte porque se tinham revelado demasiado irregulares e sobre fenómenos que pareciam solucionados mas que repentinamente necessitavam de novas explicações (como por exemplo o pêndulo). “Quem haveria de dizer que o velho senhor tinha tanto sangue dentro de si ?”( Buescu, 1994, p. 27).
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